Uroginecologia e Cirurgia Íntima Feminina - Campinas

  • O que é Hiperplasia Benigna de Próstata?

    Próstata é uma glândula situada na saída da bexiga. Sua função é secretar um líquido fino e leitoso, rico em íon citrato, íon fosfato, uma enzima de coagulação e uma pró-fibrinolisina. Esse líquido levemente alcalino se mistura ao sêmen e ajuda a neutralizar a acidez das secreções vaginais, aumentando a mobilidade e a fertilidade do espermatozóide.

    Em todo homem, a partir de 45 a 50 anos, aproximadamente, a próstata começa a crescer, provavelmente devido a um desequilíbrio entre proliferação e morte celular. Andrógeno (hormônio masculino) é necessário, provavelmente permissivo.

    O aumento da glândula vai aos poucos fechando a saída da bexiga. Com as alterações no fluxo urinário surgem os sintomas urinários baixos, devido ao crescimento tecidual, aumento do tônus muscular e resistência dentro da glândula aumentada.

    As perguntas que devem ser feitas são: você deseja passar o resto de sua vida nessas condições urinárias? Como você está agora? Como se sente sobre isso? Não somente a severidade dos sintomas deve ser considerada em decidir intervenção, mas também como o paciente se sente sobre sua qualidade de vida.

    O tratamento da hiperplasia benigna de próstata deve ser individualizado, baseado nos fatores de risco. O tratamento precoce visa, entre outros, manter a integridade vesical, proporcionando qualidade de vida.

  • Cuidado com a polifarmácia: receitas com muitos medicamentos

    O uso de medicamentos aumentou com o aumento da população e a prevalência de doenças crônicas. É estimado que mais de 40% das pessoas com mais de 65 anos usam ao menos cinco medicamentos por semana e 12% usam ao menos dez medicamentos na semana. Essa população consome um terço das prescrições nos Estados Unidos.

    Em pacientes idosos, os riscos de efeitos adversos são maiores devido à diminuição na absorção, diminuição ligada a proteínas, aumento da distribuição de drogas lipofílicas, diminuição da função hepática e diminuição da excreção renal. De uma maneira geral, em pacientes de idade, as drogas são menos eficientes e mais lentamente metabolizadas.

    Drogas que têm efeito no comportamento sexual podem ser divididas em psicossociais e neurofarmacológicas. A distinção pode ser ambígua, já que todos os circuitos humanos envolvidos no ato sexual não estão completamente conhecidos.

    Com essas noções gerais, podemos entender que os fármaco-medicamentos possuem ações secundárias das originalmente desenvolvidas, ações essas cujas respostas são individuais em maior ou menor intensidade, e diferem de indivíduo para indivíduo.

    Em nossa prática clínica, os clínicos ou cardiologistas não fazem uma anamnese minuciosa da função sexual e não levam em contas respostas individuais aos medicamentos, atribuindo os tais sintomas à idade, à rotina do relacionamento e ao desinteresse sexual. Uma anamnese cuidadosa e a troca por medicamentos com menos efeitos na função sexual devem ser o primeiro passo para o tratamento da disfunção erétil.

  • Verdades sobre as vitaminas (1)

    Vitaminas são compostos orgânicos necessários em pequenas quantidades para o funcionamento normal das células.

    As necessidades diárias de vitamina variam a partir de fatores como tamanho corporal, velocidade do crescimento, quantidade de exercícios e gestação. Elas são armazenadas em quantidades muito pequenas nas células do corpo ou em maior quantidade no fígado.

    A vitamina A existe nos tecidos animais sob a forma de retinol e em pigmentos chamados pró-vitamina A ou caratenoides, nos vegetais amarelos e vermelhos, que são transformados em vitamina A no fígado. Elas são necessárias para o crescimento normal da maior parte das células, em especial as epiteliais, as que revestem o corpo externamente e as cavidades.

    A vitamina B1 (tiamina) é especialmente necessária para o metabolismo (reações que os compostos sofrem nas células) dos açúcares e aminoácidos, principalmente nas células nervosas. Sua deficiência pode provocar degeneração, tanto das fibras nervosas como no cérebro. A deficiência de niacina (vitamina B3) provoca fraqueza muscular e secreção glandular deficiente; a riboflavina (B2) funciona como coenzimas em importantes reações, chamadas sistemas oxidativos das mitocôndrias. Em seres humanos, não existe deficiência grave para provocar debilidades acentuadas.

    A vitamina B12 tem como função promover o crescimento e maturação dos glóbulos vermelhos do sangue. Sua deficiência provoca anemia perniciosa e/ou alterações nas fibras nervosas. A principal causa de sua deficiência não é sua carência alimentar mas a alteração na absorção, observada em pessoas que fazem cirurgias com redução gástrica, como algumas técnicas de cirurgia bariátrica.

  • Verdades e mitos sobre Vitaminas (2)

    O ácido fólico é constituinte normal de vegetais verdes de algumas frutas e carnes, especialmente fígado. Entretanto, é facilmente destruído pelo cozimento. É necessário para duplicação do DNA, juntamente com a vitamina B12. E é importante para promover o crescimento (a pessoa crescerá muito pouco se o acido fólico estiver ausente).

    A vitamina B6 é importante para síntese de aminoácidos que constituem as proteínas. Já a vitamina C é importantíssima no metabolismo do colágeno – proteína importantíssima na matriz extracelular. Sem ele, todos os tecidos do corpo são defeituosos ou fracos. Portanto, a deficiência de vitamina C por períodos prolongados provoca alteração na cicatrização e cessação do crescimento ósseo, fazendo com que fraturem facilmente. Os vasos sanguíneos tornam-se frágeis, levando a hemorragias.

    A vitamina D aumenta absorção de cálcio gastrointestinal e controla a deposição óssea desse mineral.

    Existem raríssimos casos de deficiência comprovada de vitamina E em seres humanos, não havendo ainda comprovação científica ou evidências para seu uso como antioxidante.

    A deficiência de vitamina K leva a coagulação sanguínea prolongada. Ela é sintetizada pelas bactérias do cólon (intestino grosso), sendo rara sua deficiência dietética. Pode ocorrer quando se usa antibiótico por longo tempo,já que destrói a flora natural do intestino.

    Conforme ressaltado, a maioria das vitaminas encontra-se em quantidade adequada em uma dieta saudável e variada.Sua suplementação ou reposição deve ser feita somente em casos selecionados ou situações específicas (gravidez, idosos etc.) e com orientação médica.

  • Alimentação: nutrição para idosos

    Nutrição para idososO processo de envelhecimento afeta o estado nutricional. A idade contribui diretamente com a alteração nas necessidades nutricionais. Certos nutrientes específicos podem ser mais ou menos necessários.

    Com a idade, alterações no estado econômico ou social podem contribuir para diminuição do acesso ou diminuição das escolhas de comida e deficiências de nutrientes. Pessoas de idade que moram sozinhas tendem a ter um estado nutricional mais pobre do que os que têm suporte social.
    Depois dos 75 anos, as necessidades calóricas diminuem aproximadamente 500 kcal por dia no homem e 400 kcal na mulher. Já as necessidades de proteínas aumentam devido à perda de massa muscular, sendo de 1 a 1,2 grama por quilo. Por outro lado, o aumento no consumo de gorduras faz crescer o risco de desenvolver diabetes e doenças cardíacas. Deve-se dar atenção para se ingerir de 25 a 30 gramas de fibras ao dia.

    Pessoas idosas necessitam de suplementação vitamínica. A deficiência de vitamina D é bastante comum devido à menor ingestão, menor exposição ao sol e algum grau de mau funcionamento dos rins.Trinta por cento dos idosos sofrem de deficiência de vitamina B12.Também é bastante comum o que pode contribuir para doenças coronarianas, depressão e função cognitiva. Portanto, as vitaminas B6 e B12 merecem especial atenção em pessoas idosas.

    Eletrólitos, especialmente cálcio, são essenciais para se evitar perda óssea e, desde que não haja contraindicação, deve-se complementar com 1.200 miligramas por dia. Outro fator muito importante e, muitas vezes negligenciado, é a ingestão de água. Muitas vezes, o idoso não tem uma percepção de sede adequada. O recomendado são 30 ml/kg/dia.

    Como a idade muda muito a fisiologia humana, todos os detalhes devem ser observados, inclusive os que possam parecer insignificantes, para que se possa ter um envelhecimento saudável.

  • O que você deve saber sobre Fimose?

    Definição: impossibilidade de exposição da glande. No primeiro ano de vida, a retração do prepúcio para trás do sulco da glande é possível em 50% dos meninos, podendo ser primária (fisiológica), sem sinais de fibrose, ou secundária (patológica).

    Diagnóstico: clínico, quando a extremidade distal do prepúcio permanece estreita (a extremidade do pênis fica com aspecto abalonado durante a micção).

    Complicações: inflamação da glande e do prepúcio; infecções do trato urinário.

    Profilaxia: embora exista relação direta entre doenças sexualmente transmissíveis e fimose – sendo herpes e gonorreia duas vezes mais frequentes; e sífilis e candidíase, cinco vezes, e maior chance de contaminação pelo HIV – não existem dados que suportem uma política de saúde para cirurgia profilática.

    Em relação ao câncer de pênis, os fatores de risco conhecidos são fimose, higiene e nível socioeconômico, embora não existam dados para recomendação da cirurgia como política profilática. O tratamento clínico deve ser indicado em jovens e adultos portadores de fimose na ausência de fibrose do prepúcio. Quando houver fibrose, é recomendada a circuncisão.
    Atualmente, a primeira linha de tratamento conservador adota cremes de corticoide hidrocortisona (0,05%) ou betametasona(0,2%) associada ahilaluronidase (50UTR), duas vezes ao dia, até resolução do quadro (no máximo, 12 semanas).

    Importante: a massagem do prepúcio, tentando forçar a retração de glande, é contraindicada, pois pode levar a sangramento e fibrose, resultando em fimose secundária. Na falha do tratamento clínico, fica indicada a cirurgia.

  • O que é noctúria?

    Acordar à noite mais de uma vez para urinar, seguido por dormir novamente, é um dos sintomas de LUTS (do inglês Lower Urinary Tract Symptoms, sintomas do trato urinário inferior) que mais incomodam as pessoas. Não inclui acordar à noite por outras razões (barulho, por exemplo) e urinar por conveniência, que se chama “frequência noturna”, definição sujeita ainda a debate.

    O fato de acordar à noite para urinar leva à deterioração da qualidade de vida, com sonolência diurna, fadiga, diminuição da atividade intelectual e física. Em idosos, aumenta a probabilidade de queda noturna.

    A frequência de noctúria tem sido relatada em 56% a 74% dos homens de 50 anos ou mais, com três ou mais micções noturnas em 4% a 14% e cinco ou mais micções em 1%. Na maioria estudos, a prevalência de noctúria claramente aumenta com a idade, sendo, devido a isso, muitas vezes considerada normal com a idade.

    Alterações fisiológicas podem alterar o padrão de excreção urinária, aumentando o volume noturno urinário e a frequência de micções, bem como provocando alterações no trato urinário baixo. Em idosos, está associada a queda, traumas e fraturas, fadiga e depressão; em mulheres,mais relacionada com a capacidade vesical; e em homens, com a produção noturna de urina, assunto ainda sob debate.

    A prevalência total de um ou mais episódios é de 54% e de 74% nos dez anos seguintes, sendo que a evolução de leve para moderada e severa aumenta com a idade.

    Procure um urologista para o diagnóstico preciso e tratamento adequado.

  • Disfunção erétil

    Disfunção ErétilA disfunção sexual é caracterizada por uma alteração ao ciclo sexual ou dor ao coito. Este ciclo pode ser dividido nas seguintes fases:

    1) Desejo: relaciona-se a fantasias sexuais, bem como o desejo de ter atividade sexual.

    2) Excitação: é a sensação subjetiva do prazer sexual, acompanhada de tumescência peniana e ereção.

    3) Orgasmo: refere-se ao clímax do prazer sexual, com contrações rítmicas da musculatura perineal seguida pela ejaculação do sêmen.

    4) Resolução: ocorre a sensação de relaxamento muscular e bem-estar geral. Os homens têm um período refratário fisiológico no qual não há ereção nem orgasmo por um determinado período, variável em cada indivíduo.

    Disfunção erétil é a persistência ou recorrência da impossibilidade de se obter ou manter uma ereção adequada para o ato sexual completo. Importante salientar que mais da metade (52%) dos pacientes apresentam doenças associadas, tais como: vascular (32%), neurológicas (21%), urológicas (29%) e diabetes (19%). Nessa faixa, trauma perineal com lesão vascular é mais frequente.

    No atendimento ao paciente com disfunção erétil é fundamental pesquisar colesterol, triglicérides, diabetes, hipertensão arterial e hábitos de vida (tabagismo, abuso de álcool, etc.).

    Por outro lado, 27% dos pacientes apresentam causas psicológicas, sendo ansiedade generalizada e depressão as mais frequentes.

    Tem uma incidência de aproximadamente 20% na faixa de 18 a 39 anos; 25%, na de 40 a 49anos; 30 a 45%, na de 50 a 69 anos; e 45% na acima de 70 anos.

    O diagnóstico é baseado apenas na história clínica.

  • O que você deve saber sobre Zika vírus


    Zika vírus, dengue, chikungunya... Doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti vêm se alastrando no Brasil, sem que ainda haja vacina ou tratamento específico.

    O vírus zika se tornou mais alarmante quando foi suspeitada a correlação entre a doença nas mães e casos de microcefalia em recém-nascidos. O Conselho Federal de Medicina (CFM) ainda estuda recomendação dirigida à classe medica, até por se tratar de patologia que envolve decisões de bioética.

    A Organização Mundial de Saúde (OMS) prevê que o zika possa infectar de 3 a 4 milhões de pessoas este ano nas Américas, incluindo 1,5 milhão no Brasil. Em alguns casos da síndrome neurológica de Guillain-Barré os pacientes foram infectados anteriormente pelo zika vírus, podendo haver associação entre ambos. Essa síndrome faz com que o sistema imunológico do corpo ataque as células nervosas, provocando fraqueza muscular e, às vezes, paralisia.

    Até o presente momento, não há teste diagnóstico sorológico padronizado para o zika vírus. A proteína C reativa, exame inespecífico, só aumenta na fase aguda. Não se presta para o paciente que já teve a doença nem para o recém-nascido,sendo que a sorologia pelo teste de Elisa está em fase final de elaboração.

    Oitenta por cento das pessoas que contraem o zika vírus não apresentam sintomas. Quando aparecem, são relativamente leves e de curta duração, como febre baixa e manchas pelo corpo. Óbitos pela doença são muito raros.

    Ainda não existe imunização para o zika vírus. Portanto, a prevenção é o mais importante, com combate ao mosquito, uso de repelentes e, quando possível,uso de blusas de mangas longas, calças compridas, meias e sapatos, principalmente em regiões de alta incidência. Em alguns países aconselha-se às mulheres postergar seu plano de gravidez.

  • Prolapso do órgão pélvico

    As variáveis não hormonais na atividade sexual feminina trouxeram novas abordagens às análises sobre a sexualidade das mulheres. Ressalte-se a importância da avaliação clínica das mulheres com desejo sexual hipoativo (DSHA) e alteração do desejo sexual, além dos fatores psicológicos, para indicação do tratamento.

    O modelo descrito por Rosemary Basson reconhece que embora o desejo, como uma unidade, possa estar presente em níveis variáveis como um possível motivador, existem múltiplas razões ou incentivos para que uma pessoa engaje-se em uma atividade sexual com seu parceiro. O saldo das razões a favor ou contra esse engajamento é que determina o grau de vontade da pessoa a responder aos estímulos sexuais.

    O POP (prolapso do órgão pélvico) tem forte impacto na qualidade de vida das pacientes, tanto no aspecto social como no psicológico e ocupacional, nas atividades físicas e domésticas e no bem-estar geral das mulheres. Pode, ainda, ser um dos fatores que levem ao DSHA, por desencadear uma baixa autoestima da “imagem sexual”, alterando o nível de excitação, provocando dor e alterando o orgasmo, bem como alterando a espessura da parede vaginal, aumentada nas mulheres com POP. Já foidemonstrado que os distúrbios de humor, tais como a depressão, estão na maioria das vezes associados à condição de prolapso.

    O foco nas disfunções sexuais é um importante aspecto no tratamento das mulheres com POP. O prolapso genital tem impacto sobre variados aspectos da sexualidade, por envolver problemas anatômicos e funcionais.
    Estima-se que um quarto das mulheres com POP evitem relações sexuais devido aos sintomas pélvicos. Embora a literatura seja inconclusiva, o tratamento cirúrgico do POP melhora as condições sexuais da mulher, porém ele não tem efeito sobre certos aspectos, como orgasmo e satisfação.

  • Bacteriúria assintomática

    A bacteriúria assintomática (BAS) é definida como a presença de colônias de uma bactéria – 105 (10 a quinta) unidades – em duas colheitas diferentes na mulher ou uma colheita no homem, ou uma só colheita em homens ou mulheres cateterizados, na ausência de sinais e sintomas de infecção do trato urinário (UTI). Enquanto esta deve receber tratamento, a BAS não deve ser tratada, com exceção de mulheres grávidas.

    A BAS é mais comum em países em desenvolvimento (a causa disso é desconhecida). Em mulheres jovens, é benigna, mas o uso de antibióticos nessa população pode ser danoso, aumentando frequência de UTI sintomática.

    Procedimentos urológicos mínimos como cistoscopia e urodinâmica estão associados a poucas reações adversas, portanto não devem ser usadosantibióticos.

    A BAS não é fonte de infecções em feridas operatórias. Portanto, não há indicação de tratamento. Em mulheres, ela aumenta com a idade, alcançando 20% aos 80 anos, sendo raraem homens antes dos 50 anos, com prevalência de 5 a 10% nestes aos 80 anos. A BAS ocorre em 6% dos indivíduos saudáveise em 20% dos idosos.

    Apesar das recomendações claras sobre o diagnóstico e tratamento da BAS nessas populações, segundo a Infectious Diseases Society of America (IDSA), continua a haver uma alarmante taxa de uso excessivo de antimicrobianos, o que levou a aumentar a resistência antimicrobiana de bactérias patogênicas, com consequências deletérias significativas na forma de danos colaterais entre essa população já vulnerável.

    O que precisamos saber é que um exame de urina alterado, sem sintomas, principalmente em idosos, não deve ser tratado.

  • Envelhecer com qualidade

    Envelhecer com qualidade de vidaTodos os debates e compromissos se assentam na compreensão de que saúde é, em última instância, qualidade de vida.

    Qualidade de vida é a percepção individual de sua posição na vida, no contexto cultural, seu sistema de valores que tem relação com seus objetivos de vida e expectativas, relação social e seu relacionamento com o ambiente. Assim, a promoção da saúde consiste em proporcionar à população as condições e requisitos necessários para melhorar e exercer controle sobre sua saúde, envolvendo “a paz, a educação, a moradia, a alimentação, a renda, um ecossistema estável, justiça social e equidade" (Carta de Ottawa, 1986).

    Na definição da Organização Mundial da Saúde (OMS), qualidade de vida é a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistemas de valores nos quais ele vive em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações.

    O envelhecimento é um processo variável. O indivíduo se adapta às mudanças da vida com a idade. Isso não deve ser baseado em juízo de valores, senão estaríamos culpando e marginalizado as pessoas “sem sucesso” por problemas de saúde ou social, perpetuando a marginalização das pessoas mais vulneráveis.

    Em uma sociedade com poucos recursos, estender e aumentar a população idosa, e estender a vida sem qualidade é apropriado? O que é aumentar a expectativa de vida com deterioração cognitiva? Com a idade, temos grande chance de desenvolver um ou mais problemas, como falta de preparo físico, delírio, demência, abuso ao idoso, quedas, má nutrição, osteoporose, entre outros.

    A sociedade precisa começar a entender melhor o idoso e se preparar para o aumento crescente dessa população, inclusive uma discussão séria sobre reforma da Previdência. Todos somos iguais; não deve haver privilégios.

  • O homem no sistema de saúde

    Observa-se geralmente que na programação dos serviços de saúde há uma grande dificuldade em abordar a saúde do homem sob o aspecto de gênero no sentido mais amplo. A abordagem fica centrada nas diferenças entre homens e mulheres apenas sob o aspecto biológico.

    Observa-se, ainda, o distanciamento dos homens dos serviços da atenção primária à saúde, o que representa um desafio a ser enfrentado pela organização dos serviços de saúde. A questão é: qual o modo de sensibilizar os homens para que cuidem de si e busquem uma unidade de saúde para a promoção à saúde, prevenção de agravos e diagnóstico precoce das doenças?

    A organização do sistema de saúde historicamente vem sendo desenhada a partir da valorização do cuidado à saúde da mulher e da criança, tanto no meio profissional quanto no imaginário social. Por conta disso, demarca as diferenças de abordagens de acolhimento por gênero, promovidas pelos serviços de saúde (instância micro) e as políticas de saúde (instância macro). A própria característica da unidade de saúde representa impedimentos ao reconhecimento das necessidades da saúde masculina.

    Os espaços do serviço de saúde se mostram desfavoráveis à presença dos homens, o ambiente é considerado feminilizado, sendo um lugar dedicado quase que exclusivamente às mulheres e crianças, devido à existência de programas bem sedimentados voltados para esse público.

    A pouca procura masculina também está associada à ausência de acolhimento ou o acolhimento pouco atrativo, que pode estar relacionado à frágil qualificação profissional para lidar com o segmento masculino.

    Outro problema é que a maioria dos serviços de atenção primária e/ou secundária tem horário de funcionamento que coincidem com o horário de trabalho dos homens. Além disso, a demora na espera para a consulta e a distância do serviço de saúde do seu local de trabalho também se torna um problema ao prejudicar suas atividade laborativas. Restam a eles os serviços de urgência/emergência.

  • O que você deve saber sobre Vasectomia

    VasectomiaVasectomia é uma forma de contracepção permanente que consiste na ligadura dos canais deferentes. Essa cirurgia de esterilização voluntária interrompe os canais que levam o espermatozóide que “nasce” nos testículos para fora com o ejaculado.

    Por se tratar de método de contracepção permanente, deve ser decidido em conjunto pelo casal. Como a vasectomia não produz esterilização imediata, outra forma de contracepção deve ser usada até um exame pós-operatório mostrar ausência de espermatozóides.

    A reversão espontânea, falha, é rara e pode ocorrer em um em cada 2 mil vasectomizados. A repetição da cirurgia pode ser indicada, enquanto a reversão, com ou sem técnicas de fertilização assistida, é cara, não tem cobertura dos planos e é feita pelo Sistema Único de Saúde (SUS) somente em ambientes universitários, sem garantia de 100% de sucesso.

    A vasectomia é um procedimento simples, realizado em nível ambulatorial.A taxa de complicação gira em torno de 1 a 2%. As principais são hematoma, que é a formação de uma coleção de sangue (“sangue pisado”), e infecção, com tratamento conservador.

    Não há associação com câncer de próstata, doenças cardiovasculares ou alteraçãoda potência. O volume do ejaculado não se altera, uma vez que o que vem dos testículos corresponde a somente 2 e 3 % do volume total.


    Trata-se de excelente método de esterilização. Por ser permanente, há formalidades legais normatizadas pelas autoridades.

  • Sono: dificuldades ao dormir

    O sono é um processo que o cérebro necessita para seu funcionamento apropriado. Há vários tipos diferentes de sono, que diferem quantitativa e qualitativamente e ocorrem em ciclos de duração de 90 a 110 minutos.

    Distúrbios do sono, como apneia, podem ser perigosos. Contribuem para hipertensão arterial, insuficiência cardíaca e derrame. Pessoas com insônia podem provocar acidente de carro, ter pouco rendimento no trabalho e prejudicar sua atividade social. Estatísticas no Brasil mostram que 30% dos acidentes automobilísticos estão relacionados com noites mal dormidas ou dormir ao volante.

    Entre os principais distúrbios do sono está a insônia. É a dificuldade de iniciar o sono ou manter-se dormindo, ou ainda sono não reparador por mais de um mês. Alterações do sono estão relacionadas com distúrbios respiratórios ou de origem no sistema nervoso central. Também estão relacionadas com alterações nos movimentos dos membros e bruxismo, entre outros mais raros.

    Adultos mais idosos têm uma maior incidência de distúrbios primários do sono. Doenças associadas e distúrbios psiquiátricos podem interferir com sono. É difícil determinar se as alterações no sono em idosos são normais ou patológicas. Nessa fase da vida, o sono torna-se mais fragmentado, despertando à noite mais vezes. Por ficarem mais acordados durante a noite, tendem a despertar cedo, estando mais alertas pela manhã e cochilando durante dia.

    Devida à enorme complexidade e importância do sono, a automedicação ou “pedir” a seu médico um remédio para dormir deve ser evitado. Atualmente, tem sido indicado o uso de mais de um medicamento no tratamento. Distúrbios do sono podem ser naturais para a idade e requerem atenção médica especializada.

  • Perimenopausa na mulher

    O modelo sexual feminino descrito por Basson, reconhece que, embora o desejo como uma unidade possa estar presente em níveis variáveis como um possível motivador, existem múltiplas outras razões ou incentivos para que uma pessoa se engaje em atividade sexual com seu parceiro. O saldo das razões a favor ou contra esse engajamento é que determina o grau de vontade de uma pessoa de responder aos estímulos sexuais. (1)


    Pesquisas confirmam que as mulheres relatam satisfação sexual apesar de raramente ou nunca sentir desejo. Parece que esse desejo, embora vivenciado por algumas mulheres, não é um componente essencial da função sexual feminina (1)


    Disfunções sexuais nas mulheres devem ter seus critérios melhorados, devem estar em consonância que desejo e excitação são entidades separadas para as mulheres, que a motivação/interesse sexual é muito mais que o desejo sexual, e que o desencadeamento de '' desejo/envolvimento” ocorre a partir de estímulos sexual competente que às vezes só ocorre uma vez a atividade sexual ter iniciado. (2)


    Disfunção sexual entre mulheres é comum com o passar da idade, se tornando uma preocupação séria na perimenopausa. Um levantamento na Europa descobriu que 79% das participantes concordaram que era muito importante ter uma vida sexual satisfatória.


    Mulheres na perimenopausa com níveis de estradiol mais elevado eram mais propensas a ser sexualmente ativas e menos propensas a relatar que tinham dificuldades com atividade sexual; mulheres que trabalham são significativamente menos propensas a ter dificuldades com a atividade sexual.


    Atividade sexual na perimenopausa é um assunto complexo, trabalhos suportam etiologia multifactorial; portanto, uma abordagem centrada na paciente durante a transição da menopausa. Pesquisas futuras devem considerar o desenvolvimento de um método para perfis de risco e intervenções . (3)


    1. Basson R. Is it time to move on from "hypoactive sexual desire disorder?". Menopause (New York, NY). 2010;17(6):1097-8.
    2. Basson R. On the definition of female sexual interest/arousal disorder. Archives of sexual behavior. 2014;43(7):1225-6.
    3. Smith RL, Gallicchio L, Flaws JA. Factors Affecting Sexual Activity in Midlife Women: Results from the Midlife Health Study. Journal of women's health (2002). 2016.

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